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terça-feira, 26 de abril de 2016

Alimentação carnívora_vegetariana









A preferência pela alimentação vegetariana, no Oriente, fundamenta-se na convicção de que, à medida que a alma progride, é necessário, também, que o vestuário de carne se lhe harmonize ao progresso espiritual já alcançado.

A nutrição varia conforme a delicadeza e sensibilidade das espécies. Enquanto o verme disforme se alimenta no subsolo, a poética figura alada do beija-flor sustenta-se com o néctar das flores. 

Os iniciados hindus sabem que os despojos sangrentos da alimentação carnívora fazem recrudescer o atavismo psíquico das paixões animais, e que os princípios superiores da alma devem sobrepujar sempre as
injunções da matéria.

Do mesmo modo como essa nutrição canibalesca vos causa espanto e horror, também a vossa mórbida alimentação de vísceras e vitualhas sangrentas, ao molho picante, causa terrível impressão de asco às humanidades dos mundos superiores. 

Embora se queira louvar o esforço do mestre culinário, o “mocotó à européia” não passa de viscoso mingau de óleo lubrificante de boi abatido; os “frios à americana” não vão além de vitualha sangrenta, e a “feijoada completa” é apenas um nauseante charco de detritos cozidos na imundície do chouriço denegrido, dos pés, películas e retalhos arrepiantes do porco, que ainda se misturam à uréia da banha gordurosa!


Já tendes provas irrecusáveis de que podeis viver e gozar de ótima saúde sem recorrerdes à alimentação carnívora. Para provar o vosso equívoco, bastaria considerar a existência, em vosso mundo, de animais corpulentos e robustos, de um vigor extraordinário e que, entretanto,são rigorosamente vegetarianos, tais como o elefante, o boi, o camelo, o cavalo e muitos outros.


Quanto ao condicionamento biológico, pelo hábito de comerdes carne, deveis compreender que o orgulho, a vaidade, a hipocrisia ou a crueldade, também são estigmas que se forjaram através dos séculos, mas tereis que eliminá-los defubinitivamente do vosso psiquismo.


O hábito de fumar e o uso imoderado do álcool também se estratificam na vossa memória etérica; noentanto, nem por isso os justificais como necessidades imprescindíveis das vossas almas.


Mas os civilizados, para atenderem às mesas lautas e fervilhantes de órgãos animais, especializam-se nos caldos epucurísticos e nos requintes culinários, fazendo da necessidade do sustento uma arte enfermiça de prazer.


O civilizado exige os retalhos cadavéricos do animal na forma de suculentos cozidos ou assados a fogo lento; alega a necessidade de proteína, mas atraiçoa-se pelo requinte do vinagre, da cebola e da pimenta, desculpa-se com o condicionamento biológico dos séculos em que se viciou na nutrição carnívora, mas sustenta a lúgubre indústria das vísceras e das glândulas animais enlatadas; paraninfa a arte dos cardápios da necrofagia pitoresta e promove condecorações para os "mestres-cucas" da culinária animal.


Notáveis especialistas e afamados nutrólogos estudam o modo de produzir em massa o "melhor" presunto ou a mais "deliciosa" salsicharia à base de sangue coagulado.


Quantos suínos precisarão ainda deslizar pela tétrica montanha-russa, criação do mórbido gênio humano, para que possais saborear o vosso "delicioso" presunto no lanche do dia!


Pensamos que o senso estético da Divindade há de sempre preferir a cabana pobre, que abriga o animal amigo, ao matadouro rico que mata sob avançado cientificismo da indústria fúnebre.


A substância astral, inferior, que exsuda da carne do animal, penetra na aura dos seres humanos e lhes adensa a transparência natural, impedindo os altos vôos do espírito. 


É preciso que busqueis sempre o que se afina aos estados mais elevados do espírito, não vos esquecendo de que a nutrição moral também se harmoniza à estesia do paladar físico.



Fonte: Fisiologia da Alma

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